25-05-2012
Os dias não páram para nos ver trabalhar e as horas parecem sempre curtas. Um dia comporta uma imensidão de actividades que, em casa, nos ocupariam por uma semana.
O professor Campião, director do internato, também está a tirar o curso de Economia Agrária à distância, então dava-lhe muito jeito saber introduzir tabelas e fórmulas básicas no Excel e conceitos como o custo marginal, por exemplo. Os alunos do primeiro ano, nosso 8º, nunca tinham sequer tocado num computador e foi uma delícia ver os olhos deles brilharem quando criavam pastas no ambiente de trabalho e pintavam o nome com uma cor, no Word. Para contrariar a sentença de que santos da casa não fazem milagres, introduzi a Lina - sobrinha do Frei Viegas e estudante na escola secundária da 10ª classe - a Francês, com todas as minhas limitações mas boa vontade. Na aula de apoio de Português, cobri a matéria que ainda não tinham dado, dos determinantes artigos definidos e indefinidos e dos possessivos, para além de tirar dúvidas existenciais, tais como o significado das palavras "óbvio", "gaiatice" e "catrapiscar". É muito recompensador quando eles veem à biblioteca ou nos encontram no corredor e exigem que haja mais aulas de qualquer que seja a disciplina, matéria ou hora!
Houve também lugar para aprender e observar alguns na aula de carpintaria, a fazer cómodas e portas de armário, e ficou a promessa de que, na próxima semana, nos ensinariam a fazer taus e pendentes do mapa de Moçambique! O professor Nilton também avisou que a Internet no telemóvel era muito barata, ao contrário do habitual, e descobri que a minha bomba tecnológica consegue abrir o Facebook, quem diria! O e-mail é que já é outra conversa.
Infelizmente, nem tudo são rosas e o corpo já pede descanso. Não sei se por ser 6ª feira, mas na aula da noite, quando me levantei de repente comecei a ficar muito zonza e mantive-me sentada o resto do tempo. Amanhã obedeço e tenho que arranjar tempo para descansar.
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