07-05-12
Tudo parece mais calmo, um chapa quase vazio é novidade. A razão dada é
porque o Inverno já se faz sentir, expressão que para nós é pouco mais que risível, dado que estamos
sempre de manga curta, quer sejam seis da manhã ou dez da noite. Mas a verdade
é que há miúdos que vão para a escola de casaco polar e as pessoas queixam-se
que é difícil levantarem-se de manhã. Eu não quero imaginar os nossos amigos
postulantes durante o Natal fresquinho em Leiria.
O habitual e praseiroso cheiro a queimado faz-se sentir logo que saímos de
casa, mas hoje despertou em mim um desejo súbito de leite-creme. E com isso,
outros pitéus caseiros que me fazem falta onde quer que esteja e por qualquer
período de tempo, como um arrozinho de polvo, um cheesecake... E a bica,
santa bica...
Ainda em lides gustativas, há sempre novidades. Um fruto com o exacto sabor
da goiaba mas que dizem chamar-se maicua e que nos deliciámos a juntá-lo com
açúcar, fazer uma espécie de goiabada e comer com uma bananoca e o queijinho da
vaca que ri; aprendemos, com a Irmã Arminda, a fazer um concentrado de maracujá
de bradar aos céus (muito tempo de convívio franciscano faz nascer expressões
destas com mais regularidade), e feijão-jugo ou pacura, uma junção perfeita de
feijão-frade com grão de bico e que se come como snack, cozido.
Durante a manhã, levei a primeira letra do nome de cada miúdo escrita em
papel vegetal com um lápis multicor que eles depois passavam por cima para
ficar numa folha branca por baixo. Não testei foi esta actividade o suficiente
e eles não conseguiram manter o papel vegetal fixo o tempo necessário para que
saísse algo perceptível na folha branca... Para a próxima tenho que agrafar uma
folha a outra, está-se sempre a aprender. A Joana, com a turma dela, pintou sal
com giz de várias cores, que depois punha para dentro dum frasco, e que tomava
uma certa forma lá dentro, como os habituais frascos de areia. Ficou muito
engraçado e parece que os miúdos também adoraram!
Seguimos logo para casa das Irmãs pois chegara o tão ansiado dia para
fazermos o víideo dos 50 anos da Irmã Teresa. Nós a pensar que nos
despachávamos numa hora para ir ao hospital, qual quê, demorámos ali um
tempão... O Movie Maker não funcionava, o portátil da Irmã decidiu transformar
em atalhos todas as pastas com fotografias que eu levava no disco externo,
apagando o que lá estava (momento intenso de pânico fotográfico), foi preciso
escolher as fotografias ao pormenor, apenas aquelas em que a Irmã achasse que
se parecia com "a presidenta" é que estavam dignas... Enfim, agora
está tudo resolvido e daqui a muito pouco tempo vamos achar este vídeo uma
pérola!
E, parafraseando o Frei Anselmo, no final do jantar de hoje, como mantra de
boa noite "o tempo passa, a vida passa, e a morte se avizinha",
seguido de uma gargalhada estridente. Este homem não existe.
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