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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Moçambique #10

26-04-2012
Este tempo quente e as horas de sono que nunca são suficientes ao acordar às 6:30, fazem com que fique muito mole durante todo o dia, por mais Ricoffy e chás que beba, acho que amanhã vai ser a Redbull.
Já nos conformámos com o chapa, que nos dá liberdade para irmos onde e quando queremos, mas a verdade é que nada bate o jipe dos Freis, a bombar “Celin Dion” pirateada com um “I know that I’m alive!” pelo meio do mato moçambicano.
Sempre tive noção que educar alguém é das maiores responsabilidades de uma vida. Dar as bases, de uma maneira equilibrada, para um futuro feliz é quase tarefa impossível. Aqui, como em todo o lado, as professoras têm uma quota-parte dessa responsabilidade. Não sei se não mais importante que em Portugal, quando os pais aqui têm 8, 12 filhos. Os nossos colegas de casa acham muito estranho todas nós termos só um irmão ou irmã.
Ouvimos histórias do Frei Filipe das pessoas de cá, dos miúdos da escolinha, algumas muito difíceis. Uma menina que lhe morreu a mãe e vive com o pai já velho e mais não sei quantos irmãos, está sempre a querer a minha atenção, a querer dar-me a mão e eu ainda não sei bem o que fazer, se digo para ir brincar, se continuo com ela... Como só cá vou estar com eles três semanas, não sei se o melhor é tentar ensinar jogos pedagógicos e actividades para eles se desenvolverem e as professoras continuarem ou simplesmente ser criança com eles, ouvi-los e uma boa dose de mimos. Tenho feito mais este último.

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